"Hauro Ohara", filme do diretor Rodrigo Grota e produzido por Bruno Gering foi o curta mais premiado em Gramado. Recebeu 5 prêmios incluindo o de melhor filme pelo júri oficial, melhor direção e melhor fotografia. Grota mostra uma sensível humanidade através deste filma sobre a vida deste fotógrafo japonês que registrou, ao longo de 50 anos a vida da região, da família através de um acervo da cerca de 20 mil fotos. São fotografias estonteantes em P&B.
Agora, o filme é apresentado no Festival Internacional Curtas de São Paulo.
Hauro Ohara ( Kochi, 1909— Londrina, 1999 ), imigrou com a família para o Brasil em 1927 e trabalhou como colono numa fazenda de café no interior de São Paulo. Em 1933 transfere-se para Londrina onde trabalhou na plantação de café e na produção de frutas e flores.
Hauro Ohara começou a fotografar a partir de 1938, data em que adquire uma câmara de um amigo. Em 1951, com o avanço da cidade, os Ohara têm de vender suas terras para a construção do aeroporto. Haruo Ohara passa a residir num casarão na cidade.
Nesta época, sempre carrega uma câmara nas suas andanças. Em 1951, funda, ao lado de outros fotógrafos, o Foto-Cine Clube de Londrina, e associa-se ao Foto-Cine Clube Bandeirantes de São Paulo, participando de vários salões. Assina revistas especializadas, lê muito, pesquisa, conhece a estética fotográfica de seu tempo. No final da década de
11970, abandona a fotografia em preto e branco e escolhe a foto colorida. Começa a ter alguns reconhecimentos pela sua arte.
Quando dos 80 anos da imigração japonesa, em 1988, foi homenageado pelo pioneirismo e pela obra fotográfica que representa a memória de Londrina. A primeira exposição individual, com 70 fotos, foi organizada dez anos depois, por iniciativa do Festival Internacional de Teatro de Londrina, sendo apresentada também na 2ª Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba. O fotógrafo e curador Orlando de Azevedo aprofundou a pesquisa e em 2000 apresentou uma exposição de 160 obras na 3ª Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba.
Em 2003 foi editado e lançado em Londrina uma biografia contando a trajetória de vida de Haruo, escrita pelo jornalista Marcos Losnak e o historiador Rogério Ivano, intitulada "Lavrador de Imagens".
Nesse mesmo ano Haruo Ohara foi convidado a integrar a 12ª Coleção Pirelli/MASP de Fotografia, onde faz parte com 5 das suas significativas imagens. Nessa mesma edição Haruo Ohara foi homenageado com uma sala especial apresentando outras 37 fotografias, com curadoria do sr. Mario Cohen.
No ano de 2008, todo o precioso acervo de Haruo Ohara, seus 20.000 negativos, seja em pb e cor, da sua trajetória fotográfica de 1938 a 1994, incluindo álbuns, diários, equipamentos, foram doados pela família ao Instituto Moreira Salles. A história de Haruo Ohara encontra-se devidamente preservada na Reserva Técnica Fotográfica do Instituto, junto aos grandes nomes da fotografia brasileira.
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